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Lady Gaga x Madonna, o veredito: afinal, qual foi o melhor show em Copacabana?

G1 compara, ponto a ponto, as duas apresentações no Rio. Veja análises de itens como relação com fãs, setlist, performance vocal e concepção do show. Os...

Lady Gaga x Madonna, o veredito: afinal, qual foi o melhor show em Copacabana?
Lady Gaga x Madonna, o veredito: afinal, qual foi o melhor show em Copacabana? (Foto: Reprodução)

G1 compara, ponto a ponto, as duas apresentações no Rio. Veja análises de itens como relação com fãs, setlist, performance vocal e concepção do show. Os melhores momentos do show histórico de Lady Gaga, na Praia de Copacabana Muitos fãs de Madonna e de Lady Gaga foram até Copacabana, no Rio, esperando que as areias da praia virassem uma pista de dança gigante. Nos dois casos, porém, receberam uma espécie de musical da Broadway. As duas popstars americanas fizeram performances teatrais com atos bem definidos e quase sem espaço para improvisos. Mas, afinal, qual foi o melhor show? Para dar um veredito crítico sobre as performances, o g1 comparou as duas apresentações, ponto a ponto. A lista leva em conta as análises dos shows publicadas logo após as performances. 1 - Clima geral do show Madonna: O show em maio de 2024 foi pensado como uma superprodução teatral, tal qual um musical da Broadway. A ideia da Rainha do Pop era apresentar uma peça, com diferentes cenários e encenações. Mesmo assim, o clima foi um pouco mais divertido, sem a densidade que um espetáculo desse tipo pede. Lady Gaga: O show neste sábado (3) foi mais introspectivo, ainda que grandioso. A apresentação era uma “ópera gótica”, com pegada sombria, estética densa e narrativa quase cinematográfica, encenada com mais empenho e seriedade. Tudo foi bem executado tecnicamente, sem buscar um entretenimento mais leve. Ponto para Madonna Madonna 1 X 0 Lady Gaga Copacabana com 2,1 milhões de pessoas, segundo a Riotur, em show de Lady Gaga Marcelo Piu/Riotur 2 - Público Madonna: Segundo os dados oficiais, da Prefeitura do Rio, a cantora levou 1,6 milhão de pessoas ao evento. Lady Gaga: A mesma fonte disse que o show de Gaga teve 2,1 milhões de fãs. Ponto para Lady Gaga Madonna 1 X 1 Lady Gaga Dançarinos de Lady Gaga com camisas da Seleção Brasileira de futebol no show em Copacabana Daniel RAMALHO / AFP 3 - Performance vocal e arranjos Madonna: O uso de playback (vozes gravadas) e o foco na encenação criaram certa distância entre a cantora e os fãs. Madonna também optou por se apresentar sem uma banda completa: a base das canções era toda gravada. Lady Gaga: A Mother Monster fez uso de vocais gravados, mas cantou muito mais ao vivo. Isso ficou claro em momentos em que era possível ouvir sua respiração ofegante, quando ela ia cantar após alguma coreografia intensa. No palco, Gaga também teve uma banda completa e os músicos apareciam com destaque em vários momentos. Ponto para Lady Gaga Madonna 1 X 2 Lady Gaga Anitta e Madonna Reprodução 4 - Participações especiais Madonna: Ela trouxe Anitta e Pabllo Vittar para participações, mas as duas apenas interagiram e não cantaram. Mesmo assim, as divas pop brasileiras trouxeram frescor ao show. As participações foram aprovadas pela maioria do público. Lady Gaga: Optou por fazer tudo sozinha. Não chamou convidados, nem fez parcerias. A decisão reforçou o caráter autoral do show, com foco na própria voz e mensagem. O maior show da carreira talvez merecesse uma concessão ao público brasileiro, mas ela preferiu não mimar fãs desta forma. Ela sabia o que queria para sua performance e seguiu com seu conceito. Ponto para Madonna Madonna 2 X 2 Lady Gaga Madonna durante megashow em Copacabana Pablo PORCIUNCULA / AFP 5 - Setlist Madonna: A "Celebration Tour" trouxe uma espécie de “best of” da cantora. Sobraram clássicos da música pop. Mas não foram apenas canções: ao vivo, cada música veio embalada em nova estética, reinterpretada de modo teatral. Madonna fez uma espécie de show currículo ou um merecido tributo a si mesma. Lady Gaga: A base do repertório foi o álbum “Mayhem”, o sexto da carreira. Além de seu trabalho mais recente, priorizou os discos "The Fame" e "Born This Way". São três repertórios que dão liga, voltados para o dance pop sujo e cheio de sintetizadores. Com essa escolha, deixou de fora seus outros três álbuns, e canções marcantes como “Million Reasons”, “Artpop” e “Rain on me”. Mais uma vez, preferiu um caminho mais difícil em prol de seu conceito. Ponto para Madonna Madonna 3 X 2 Lady Gaga Lady Gaga mostra look com as cores da bandeira do Brasil após show em Copacabana, no Rio Reprodução/Instagram 6 - Homenagens e mensagens Madonna: Em "Live to Tell", ela protagonizou um dos momentos mais emocionantes, projetando fotos de vítimas da AIDS, incluindo Cazuza e Renato Russo. O show também teve críticas à violência e à opressão, com referências políticas e religiosas fortes. Lady Gaga: No geral, as mensagens foram mais implícitas e emocionais. Ela leu um discurso em homenagem a fãs brasileiros e celebrou a diversidade LGBTQIA+ em “Born This Way”. Fez ainda homenagens ao Brasil por meio dos figurinos: um vestido no começo e outro no final; e dançarinos usaram uniformes da seleção. Ponto para as duas Madonna 4 X 3 Lady Gaga Telões do show da Lady Gaga na Praia de Copacabana Bruna Prado/AP 7 - Estilo visual e estético Madonna: Alternou entre o místico e o urbano. Começou com coro e ambientação medieval, passou por mosteiros e ringues de luta. Cada principal era da carreira foi retratada. Lady Gaga: Trouxe elementos góticos e simbolismos que combinavam com o tom dark. A estética era coerente com a proposta de uma “ópera gótica” emocional e densa, sem o brilho fácil do pop festivo. Ponto para as duas Madonna 5 X 4 Lady Gaga Madonna durante o show na Praia de Copacabana Pilar Olivares/Reuters 8 - Uso do português Madonna: As conexões brasileiras vieram nas participações especiais, mas o discurso foi todo em inglês. A homenagem foi mais simbólica do que falada. Os vídeos que permeavam o show não tinham legendas e as falas de Madonna não tiveram tradução. Lady Gaga: Fez questão de traduzir seu longo discurso para o português, com ajuda de um fã. Levar em conta que grande parte do público não fala bem inglês mostrou o carinho da cantora com seus fãs. Ponto para Lady Gaga Madonna 5 X 5 Lady Gaga Lady Gaga se apresenta em Copacabana Dilson Silva/Agnews 9 - Emoção x concepção Madonna: A performance manteve certa frieza com um show minuciosamente planejado: a participação em "Vogue", com uma celebridade dando notas para as perfomances, tinha acontecido em outros shows. A surpresa foi a versão samba de "Music", com Pabllo Vittar. Lady Gaga: Gaga chorou e pareceu fazer leves improvisos, principalmente quando olhava para a câmera ou quando andou perto da grade. Ela interagiu com fãs, pegou flores e, no fim, jogou um buquê como se fosse uma noiva. Em seus discursos, tentou demonstrar vulnerabilidade. Essa busca por conexão com os fãs foi muito bem recebida pelo público. Ponto para Lady Gaga Madonna 5 X 6 Lady Gaga Lady Gaga faz show histórico na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro Reuters/Tita Barros 10 - Técnica e execução Madonna: Embora o espetáculo fosse visualmente impactante, ela enfrentou algumas falhas técnicas. O som estava um pouco baixo no início, por exemplo. O show marcou o encerramento de uma turnê comemorativa de 40 anos de carreira. Ou seja, mostrou uma artista olhando para trás, relembrando como se tornou a maior popstar em atividade. Lady Gaga: A execução foi sólida e precisa. O show fluiu sem falhas aparentes, com transições bem feitas e um equilíbrio entre conceito e performance. Lady Gaga resolveu ficar no presente, sem clima de “Best of”. Com um novo álbum e uma volta ao pop esquisito dos dois primeiros discos, Gaga se recusou a fazer um show fácil. Ponto para as duas Madonna 6 X 7 Lady Gaga Madonna e Lady Gaga fizeram shows históricos nas areias de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro TV Globo/Reprodução e Tita Barros/Reuters Veredito Foram dois shows históricos e impactantes, duas performances perfeitas para fãs de música pop. A proposta de Lady Gaga, porém, foi melhor executada. A Mother Monster não quis fazer tantas concessões para mimar seus fãs, mas compensou isso com uma “ópera gótica” muito bem ensaiada. Discursos emotivos e traduzidos foram um diferencial, assim como leves improvisos.